quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Olhaí a atrasadinha

Ela tá chegando vergonhosamente atrasada, mas tinha que vir: a inevitável listinha dos melhores do ano. De 2010. Vá lá – mea culpa – estamos já em fevereiro, mas precisava documentar e firmar posição sobre os álbuns nacionais e estrangeiros que mais mexeram comigo. É importante que se diga novamente que essa lista é pessoal e intransferível. E tem a ver com meus humores (tem dias que, pela pressão do mundo, ficamos embrutecidos e assim imunes ao brilho de algumas pepitas sonoras) e tempos próprios. É obvio que há uma tonelada de som bacana que não ouvi. E rendo-me com humildade a esse peso, mas a carruagem necessita seguir em frente.

O que vem a seguir é uma restrita escolha, uma eleição acabrunhada dos mares sonoros pelos quais naveguei. E para pontuar e terminar a lenga-lenga por aqui: essa lista dos bacanudos de 2010 é mais emocional do que crítica. Porque música só serve mesmo se mexe com nossas tripas e coração. E esses CDS aí foram terremotos dentro de mim.

OS DEZ MAIS NACIONAIS

1.- Efêmera – Tulipa Ruiz. Sigo neste caso a linha de raciocínio de algumas das revistas de músicas editadas no Brasil. Tulipa fez um disco de rara sensibilidade e melodias marcantes, agigantadas pela voz divina da moça. Uma estréia mais do que afinada. Te vejo flores em você.

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2.- Eu Menti para Você – Karina Buhr. A pernambucaninha de sotaque carregado atravessa a avenida com muita modernidade e vigor. Fez um disco cheio de personalidade e ambição. Ousou e convenceu.

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3.- Marcelo Jeneci – Feito pra Acabar. Perdi o show desse cara no Festival Natura Nós, em São Paulo. Cheguei atrasado. Tinha lido que o dito cujo era muito talentoso. Seu disco de estréia carregado de frescor confirmava as suspeitas. "Quarto de Dormir", com seu lirismo sem fronteiras, não saiu da minha radiolinha.

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4.- Luisa Maita – Lero-lero.Com a ajuda do namorado Rodrigo Campos, um músico surpreendente Luisa Maita presenteou o ouvinte com um álbum intenso. Feito de sambas candentes, MPB sofisticada e letras confessionais, Lero-lero se tornou um dos bons achados de 2010.

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5.- Cibelle - Las Venus Resort Palace Hotel. O nome do disco é em inglês, a maioria das músicas e a produção também. Mas, a danada da cantora é brasileira. Por isso, preferi incluí-la nessa lista. O álbum beira a estranheza, mas é tão bem acabado e orgânico em sua intenção de seduzir, que me ganhou. Dá-lhe, Cibelle.

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6.- Rodrigo Maranhão - Passageiro. Não havia gostado muito de seu álbum anterior, Bordado(2007) que achei um tanto melodramático e sem inspiração. Mas este Passageiro é tão conciso em sua poesia e com melodias tão interessantes, e diversas, que dei meu braço a torcer. O rapaz merece mais atenção.

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7.- Túlio Borges – Eu venho vagando no ar. O título lírico do CD é correspondido em seu conteúdo. Sem querer dourar a pílula, o brasiliense Túlio Borges é direto e preciso em suas composições. Emociona com isso. E a gente ganha um criador de verve e peso.

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8.- Música de Brinquedo – Pato Fu. Torci o nariz para a proposta do grupo. Usar instrumentos de brinquedo para tocar e cantar hits nacionais e gringos. Ouvindo o álbum percebi que o quarteto levou a sério a brincadeira produziu uma música encantadora e realmente surpreendente. Coisa de gente grande.

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9.- Fino Coletivo – Copacabana. O Fino Coletivo é uma reunião de bambas das Alagoas e do Rio de Janeiro. Sem Wado, que participou do primeiro trabalho, mas com Adriano Siri, Alvinho Cabral, Alvinho Lancellotti, Daniel Medeiros, Donatinho e Marcus Cesar o grupo arrepia com sua brasilidade a toda prova. Belo disco.

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10.- Mundialmente Anônimo – Maquinado. Lúcio Maia, o irrequieto guitarrista do Nação Zumbi, bebe da música negra para fazer um disco suingado, com muita mixagens e experimentação. Fique parado se for capaz.

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OS DEZ MAIS INTERNACIONAIS


1.- The Drums – The Drums. Carne fresca no pedaço, quatro boys norte-americanos foram buscar no passado marcantes referências para fazer um dos álbuns de rock mais desencanados do ano. Com ecos de Smiths e do rock oitentista, esses novaiorquinos se divertem tocando e passam essa ludicidade para nós, agraciados ouvintes.

http://multiupload.com/FBY3CKFMLX



2. The Suburbs – Arcade Fire. Funeral(2004) foi um álbum sem condescendência que desconcertou a crítica. Neon Bible(2007) um passo experimental que para mim está mais para um passo em falso. No terceiro, The Suburbs, os canadenses resolveram ser menos cabeças e mais pop. Acertaram na escolha e nas melodias, fabricando um puta disco.

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3. Black Mountain – Wilderness Heart. "Hair Song" foi provavelmente a música que mais ouvi em 2010. Guitarras no talo, bateria enfurecida, é rock de macho. O álbum vai no mesmo diapasão. Não vi esse disco na lista das melhores revistas especializadas do gênero, mas que é altamente recomendável, pode ter certeza.

http://www.mediafire.com/?qv3cso568qce9t2

4.- Teen Dream – Beach House. Som de baixa rotação, low fi clássico, amparado por melodias bem construídas e bom instrumental. Indies de carteirinha, a dupla mergulha na leveza e compõe canções mântricas, boas para te deixar de bem com a vida. Reafirmam o poder de fogo que já haviam demonstrado no belo Devotion(2008).

http://www.4shared.com/file/161699603/9843558e/TDBH-musicandcigarette-rafael7.html

5.- The Courage of Others – Midlake. Folk até o caroço. E dos bons. Os norte-americanos reforçaram sua poética com tons de música medieval já presentes no ótimo The Trials of Van Occupanther(2006). E radicalizaram nesse viés com um álbum coeso e repleto de grandes canções.

http://uploaded.to/file/snk6k9



6.- This is Happening – LCD Soundsystem. Esse está na lista de quase todas as revistas especializadas em música. Mas, James Murphy é fodão mesmo. Depois do incrível Sound of Silver (2007), o cara volta a mexer com a nossa cabeça e pés com um álbum cheio de longas (a maioria tem seis minutos de duração) e arrasadoras músicas. Vide "All I Want" e "Home", só para ficar em duas.

7.- The Sea of Cowards – The Dead Weather. O segundo disco desse projeto do talentosíssimo Jack White, cercado de super músicos, está mais pesado, mais vociferante e bacana. Já era de se esperar. Uma paulada atrás da outra para quem gosta de rock visceral e bem tocado. Pode aumentar o volume, que esse é pra fazer tremer o chão. Valeu, Jack.

http://www.mediafire.com/?mguywejzoj0

8. – Brothers - The Black Keys. Sempre gostei do rock sem firulas do Black Keys. Desde The Big Come Up(2002. Em Brothers, Dan Auerbach e Patrick Carney equalizaram de maneira magistral o gosto que têm por uma música direta, seja o bom rock de raiz ou um sedutor e bom blues."Tighten Up" é um belo exemplo do que essa dupla é capaz. Discaço.

http://www.mediafire.com/?boiqjmwnxr4

9. Write About Love – Belle and Sebastian. Eles já foram queridinhos de toda uma geração indie e talvez um dos melhores representantes de um rock “fofinho” e sensível. Vazaram da mídia e do coração de muitos fãs nos últimos anos graças a álbuns pouco inspirados. Não é o caso desse Write About Love, um retorno bem vindo a sonoridade que os tornaram cult.

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10. Sisters - Ghost Fits. Os sujinhos da vez. Pelo menos da minha. Não estão na lista de ninguém, acho que nem dos pais desse duo norte-americano. Lembram um pouco Pavement com seu desleixo vocal, porém com uma energia, diríamos, mais punk. São os mais desconhecidos dessa lista e minha aposta mais underground. Gosto da sonoridade suja e a pegada garageira. Espero que vocês não me odeiem por isso, mas vale a provocação.

http://www.mediafire.com/?4byoza7y69b864c