quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Os 16 mais de Zeca Camargo

E Zeca Camargo, o garoto do Fantástico, apresentou também sua lista dos melhores de 2009. Exagerado, ele não ficou nos dez álbuns. Enfileirou de cara 16 discos lançados este ano, incluindo compilações. E deu um aviso aos navegantes: ali nada é hierárquico ou definitivo. “A lista não está em nenhuma ordem de preferência. Os títulos selecionados não têm a menor pretensão de representar “os grandes discos de 2009” – é uma lista idiossincrática e que visa primeiro agradar a este que vos escreve.”, escreveu no texto introdutório. Colorida e festiva, a seleção é a cara de um Zeca sem fronteiras, que gosta da música do mundo e tem um pé em sons mais agitados, quer seja com batuque africanos ou guitarras mais pops. Esse é o mundo musical miscigenado do jornalista e também crítico musical que elegeu o disco The Boy Who Knew too Much, de Mika, um libanês radicado em Londres (o cara da foto), como o melhor do ano. Editei abaixo as justificativas de Zeca Camargo para as suas escolhas. Para quem quiser ler os textos do cara na íntegra é só ir em: http://colunas.g1.com.br/zecacamargo/2009/12/14/os-15-1-melhores-discos-que-voce-nao-ouviu-em-2009/

Segue a lista:

Maki Nomia e Fernanda Takai, Maki Takai no Jetleg – Uma parte Pato Fu, uma parte Pizzicato 5 – e uma boa dose de delírio!

Florence and The Machine, Lungs – Florence é a melhor voz de 2009, e suas composições são tão poderosas quanto suas cordas vocais.

The XX, The XX – Da estranheza de “Islands” à batida pseudo-dançante de “Basic space”, passando pela levada sutil e irresistível de “Night time”, o disco do XX é um verdadeiro tobogã.

Raks raks raks – 27 golden garage psych nuggets from the iranian 60’s scene (Vários)– Aqui você encontra 27 “pérolas” do pop iraniano dos anos 60 (esbarrando nos 70).

Cazumbi – Garage rock surf and psych howlers from the vaults of african colonies (Vários) –Como pude chegar até aqui na minha vida sem ter sido apresentado a “Aida”, “Murder by contract” ou “Manga madura”? Nem imagino…

Girls, Album – Girls são dois caras da Califórnia que aparecem justamente quando eu achava que o rock pop americano não tinha mais nada de bom para oferecer.

The Hidden Cameras, Origin: Orphan – Da faixa “In the na” em diante, você vai encontrar alguns dos arranjos vocais mais surpreendentes dos últimos tempos.

Golden Silvers, True Romance – Sempre tenho a esperança de que alguém, todo ano, vai reinventar o pop. Em 2009, os ingleses do Golden Silver foram os que chegaram mais perto dessa façanha.

The Very Best, Warm Heart of Africa – Para os que só descobriram que existia um país chamado Malauí quando Madonna foi lá adotar mais um filho, aqui vai uma introdução, digamos, mais interessante.

Micachu, Jewellry – O objetivo deles é pegar seus ouvidos e dar um passeio sem GPS. Cada faixa desse álbum de estréia tem pelo menos dois ou três desvios de percurso – e quem disso que você não vai junto?

Black Rio 2 – original samba soul 1968-1984 (Vários) – O que mais me deixa chateado é que a gente tem que fuçar numa biboca em Londres para achar uma coisa dessas que poderia muito bem ter sido compilada e lançada por aqui. Minha boca ainda está aberta, desde a primeira vez que ouvi essa compilação.

Natalia Lafourcade, Hu Hu Hu – Com um pé na experimentação e outro no pop, ela oferece (mais uma vez), músicas tão deliciosas como “No viniste”, a própria faixa-título (que mais parece uma oração), ou “Hora de compartir”.

Fuck Buttons, Street Horrrsing –A não ser pela segunda música, “Ribs out” (de inspiração… selvagem!), nenhuma faixa tem menos de sete minutos – e todas valem cada segundo tocado!

The Sound of Wonder (Vários) – Impossível aqui descrever rapidamente a mistura imprevisível de estilos e ritmos que a gente encontra em cada faixa.

The Big Pink, A Brief History of Love – O som dos ingleses do Big Pink é monumental – e tão irresistível que, só para dar um exemplo, eu desafio você a escutar o modesto “hit” “Too Young to love” e não querer dar “replay” no seu iPod!

Mika, The Boy Who Knew too Much – O mínimo que eu posso fazer para este que é um dos melhores exemplos de elaboração pop (sem falar nos arranjos que são os melhores de 2009), é escolhê-lo como disco do ano!

Veja clipe de "We are Golden" com Mika: