terça-feira, 7 de abril de 2009

De volta ao começo

De volta as resenhas de disco, a primeira em 2009, depois de um longo e tenebroso inverno. E começo com o último de uma banda que sempre me agradou, And You Will Know us by The Trail of Dead, apesar da instabilidade criativa desses texanos. Acho superbacana o Source, Tags & Codes, discaço de 2002, aliás, o preferido – e com razão – dos fãs mais fiéis.

Os caras lançaram no início deste ano um trabalho chamado The Century of Self, no qual recobram, a meu ver, parte da energia que caracterizou o início da carreira da banda. Pra quem não conhece, os norte-americanos do You Will Know... primam por uma sonoridade multifacetada, onde guitarras distorcidas e barulheira sônica promove um inusitado e inesperado casamento com orquestrações e pianos delicados.

E não é que os sujeitos tomaram um chá de inspiração e se recuperaram das bobagens que produziram nos últimos três anos. The Century of Self começa com “Giants Causeway”, música instrumental de primeira, grandiloqüente e melodiosa, assim como aconteceu na abertura da já citada obra-prima Sources Tags & Codes.

O bom sinal anima o ouvinte. Até porque, as três músicas seguintes, “Far Pavillions”, “Isis Unveiled” e “Halcyon Days”, com destaque para a última, encontra a banda afiada, fazendo sua típica musica com muitas quebras de andamento, melodia pegajosa, arranjos redondos e buliçosos. Tem espaço até para citação da clássica Bolero, de Ravel, em uma delas, sem falar nas viagens psicodélicas que remetem aos loucos anos 70.

Lá pelo meio, o disco vai perdendo um pouco a força e ganhando apelo pop (!) quando entra no universo das baladas. Não que a banda tenha que ser sempre esfuziante, mas ela é mais eficiente quando faz barulho. Ainda mais com o agravante do vocal de Conrad Keilly, com timbre parecido com o de Perry Farrell, do Jane’s Addiction, não ser lá muito marcante. Mas, há que se chamar atenção para as lindas “Inland Sea” e “Ascending”, duas das melhores do disco.

Entre mortos e feridos, The Century of Self é um sopro de renovação dessa banda que ganhou lugar cativo no coração de muita gente. Mesmo não sendo uma brastemp, dá pra ouvir com gosto.

Cotação: 4

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