sexta-feira, 6 de junho de 2008

Bons de bola

Não resisti. Quando vi o novo álbum do Coldplay, Viva La Vida(2008) circulando abertamente na ilimitada rede, resolvi escutar com interesse. Afinal, fui, no passado, um dos milhares de ouvintes no mundo que ficaram chapados com as melodias incandescentes de Parachutes(2000), o primeiro e inesquecível trabalho desses músicos danados. Gosto de canções bem feitas, com alma e RG próprios. E os londrinos capitaneados por Chris Martin conhecem o caminho das pedras, como atestaram em sua carreira de quatro discos e milhões de fãs.

Viva la Vida não veio tomar o posto de obra-prima que até hoje ainda é do Parachutes. Não procure novidades efetivas. Essa não foi provavelmente a proposta dos caras. E logo vem aquela velha pergunta: mudar pra que? Mas o álbum inegavelmente encontra o Coldplay com a mesma verve, a mesma afinada mecânica para construir belas e instigantes composições, e mais inspiradas, para mim, do que no último e mais frágil trabalho da banda, o X&Y(2005).

Pelo menos foi o que senti ouvindo as ótimas “42”, com um piano arrebatador numa canção que muda de andamento surpreendendo positivamente os ouvidos, “Reign of Love”, e na beatlesneana “Violet Hill”, com suas guitarras hipnóticas. Essas, ao lado da também envolvente “Lost”, principalmente na versão acústica, podem figurar entre as melhores já feitas pelo grupo.

Mas, há insights que mostram um pequeno passo adiante na música dos camaradas, como na poderosa “Yes”, que mostra um Coldplay menos intimista, lírico, com uma pegada pop diferente, até mesmo pela inserção de sons asiáticos e "Lovers in Japan", com uma batida de bateria marcial que lembra U2. Aliás, há em outros momentos uma instrumentação que lembra o grupo irlandês, o que pode ser um sinal de que o Coldplay talvez começe a assumir o posto de uma banda que quer ser definitivamente grande.

Mas Viva la Vida perde a força em rock insossos, como na chata “Chinese Sleep Chant, com suas guitarras nervosas e mais estridentes e ainda na dissimulada canção que dá nome ao disco, que começa bem mas se perde lá pelo meio numa melodia fraca e repetitiva.

Bom, melhor que falar é ouvir. Veja, então, o que você acha desse aguardado disco(novos links):

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Cotação: 4

Para animar a sexta

O reggae e o dub jamaicanos surgiram no mundo para fazer um up grade na vida. Tá se sentindo meio sem graça, “como quem partiu ou morreu”, como diria Chico Buarque, ponha um “energético Jamaica” em sua vitrolinha e deixe que o som entranhe. Muitos foram os filhotes daquele gênero musical que surgiram mundo afora para espalhar “positive vibration” na cabeça esfumaçada da galera e para entortar corpos.

E foi pra pegar o pique de uma sexta-feira, este santo e iluminado dia, que ouvi Slightly Stoopid. Essa banda californiana(tinha que ser de lá, né!) até então desconhecida para mim, com claras influências da extinta e bacana Sublime, navega na maré do reggae, dub style, ska e lampejos de rap desde 1996. Fazem discos para praia, luaus e festas afins. Praticam essa velha mistura com competência, como fica claro em Chronichitis(2007). Lembrei aqui de meus bons amigos, Marcão e Triaca, amantes dos sons do gênero.

No quinto álbum de estúdio da galera, é possível encontrar o reggae leve e típico do Sublime já na primeira música, “Anywhere I Go”. Mas, o forte da turma é mesmo o dub, como nas boas “Blood of my Blood” e “Digital”. Mas, na fusão sem confusão que fazem, há espaço para misturebas com outras sonoridades, como em “Above the Clouds”, em que os metais lembram o sinuoso som da índia e em “Ocean”, na qual atacam de gaita folk e sax meloso. Os metais, aliás, aplicados sem excesso, são um dos destaques desse disco que, longe de ser espetacular, anima o dia.

Pegue a onda:

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Cotação: 3