domingo, 18 de maio de 2008

dEUS existe

Encontrei dEUS em um sebo. Resolvi encarar pelo aspecto despojado de sua apresentação e também porque gosto do desafio de me ver diante de novas situações. E dEUS não me decepcionou com seu gosto pela experimentação e por ser uma antítese da caretice. Descobri depois que dEUS era belga e tinha nascido na Antuérpia. Depois da boa impressão, contudo perdi o contato com dEUS. Isso foi em 2002.

Em 2008 vi que dEUS existe. Mais pop como o papa, mas ainda com o dom de impressionar. Meu primeiro contato com ele foi através do disco In a Bar, Under the Sea (1997), que ía da ótima "Little Arithmetics" que casava doçura a guitarras pesadas com admirável equilíbrio, ao barulho e estranheza das cabeçudas "Theme from Turnpike" e "Gimme the Heat", com muita microfonia e algum atonalismo. Doido esse dEUS, pensei.

E eis que me deparo com Vantage Point(2008), disco desse grupo de indie rock belga que lança o segundo trabalho seguido (o anterior é Pocket Revolution, de 2006) depois de sete anos de confinamento. Um bom reencontro. Tom Barman(vocal, guitarra) e sua trupe estão mais mansos, mas demonstram vigor e boas pegadas num disco marcado pela engenhosidade dos arranjos. E o som começa empolgante e dançante com "When She Comes Down", com riffs bacanas de guitarra e segue com a mais pesada e não menos elétrica "Oh Your God".

Mas, a coisa esquenta mesmo e mostra o reconhecido e cultuado talento de dEUS nas densas e vibrantes "Slow" e "The Architect". Essas duas já garantiriam o prazer de escutar dEUS em sua errática mas sempre criteriosa, segundo a crítica, carreira. Vantage Point foi uma das gratas audições desse 2008 que já está meiando sua vida se mostrando generoso para nossos ouvidos.

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Cotação: 4